Projetados e construídos de acordo com a necessidade de uso, esses equipamentos são indicados para a movimentação de cargas pesadas na indústria e em canteiros de obras para o manuseio de diversos tipos de cargas pesadas, os pórticos rolantes são equipamentos versáteis que podem ser utilizados a céu aberto ou dentro de um galpão. Eles diferem das pontes rolantes por terem estrutura autônoma. Como são apoiados em trilhos fixos a uma viga presa no solo, não dependem da estrutura do edifício para se sustentar. Exigem apenas que haja alguma alimentação elétrica e piso regular e compactado.

Os pórticos rolantes têm como principal característica a movimentação da carga nos eixos longitudinal, lateral e vertical. Esses equipamentos têm a seu favor o baixo custo de manutenção e de operação, e a maior segurança em comparação aos guindastes. Também apresentam velocidades de elevação e translação ajustáveis às necessidades operacionais de cada atividade. Sua capacidade de carga pode atingir 80 toneladas e seu vão chega a 40 metros, dependendo do projeto.

Seu uso já é bastante difundido na indústria pesada global, e alguns exemplos práticos em terras brasileiras já mostraram a eficiência desse equipamento. Durante a construção da linha 4 do metrô no Rio de Janeiro, por exemplo, alguns pórticos rolantes foram utilizados em vários trechos para agilizar a subida e descida de material até os túneis. No trecho de Ipanema foram instalados pórticos dupla-viga para atender a montagem do Tunnel Boring Machine (TBM), o popular tatuzão. Nesse projeto, os equipamentos tinham capacidade para suportar 45 toneladas.

Já em Camaçari (BA), um semipórtico rolante está em funcionamento na unidade de produção da Ford desde 2011. O equipamento, com capacidade de 50 t, movimenta os moldes do setor de estamparia. Agora, A Votorantim também conta com um equipamento de grande porte para a movimentação de cargas, que além de ter autonomia para funcionamento contínuo, leva a marca da AtriumCranes. Assim, a área útil não é prejudicada na questão do fluxo de materiais no ambiente, evitando ainda o risco de acidentes de colisão com outros produtos ou equipamentos.

Em contrapartida, os pórticos interferem no tráfego no piso e apresentam algumas limitações para a movimentação das cargas pois são menos flexíveis que os guindastes. Como as pontes rolantes, necessitam de um estudo prévio de viabilidade que considere o local da instalação e a natureza da carga a ser movimentada. Por todos esses fatores, esses equipamentos são economicamente viáveis em instalações de longo prazo e com operações repetidas em ciclos similares.

 

Versatilidade de tipologias ajuda na ampla aplicação

 

Há vários tipos de pórticos rolantes. Os mais comuns são os modelos sobre trilhos, aplicados em pátios industriais, canteiros de obras, pátios de pré-moldados e de armazenamento. Alimentados por energia elétrica, eles se movimentam somente no sentido da via de rolamento (trilhos). Mas há também os pórticos rolantes sobre pneus, com aplicação em operações portuárias, pátios de containers, estaleiros e marinas. Alimentados por motores diesel, são operados por cabine e trabalham em ambiente aberto em pátios que exigem deslocamentos de carga em vários sentidos.

 

O tipo de alimentação elétrica é outro fator de diferenciação dos pórticos e deve ser definido em função da distância a ser percorrida, do tipo de aplicação e das interferências existentes. Há, basicamente, quatro tecnologias usuais: cabo elétrico e enrolador; alimentação aérea, com postes e cabos flexíveis; barramento elétrico com escovas de contato e, finalmente, gerador montado na estrutura do pórtico. Cada sistema tem sua característica e uma grande variação de custos, sendo este um fator crítico no estudo de viabilidade na utilização dos pórticos.

Os pórticos rolantes podem apresentar diferentes formatos para se adequarem às exigências de cada uso. Os principais são o monobloco, também chamado de univiga, e o dupla-viga. Como o nome faz supor, o pórtico univiga é fabricado com uma viga única principal, geralmente viga-caixão. Já o dupla-viga é composto por duas vigas principais, aumentando a capacidade de elevação de carga. Por isso eles são indicados para situações que exigem cargas acima de 15 toneladas. Há, ainda, o semipórtico, uma espécie de misto entre pórtico e ponte rolante. Esse equipamento possui somente um lado com colunas. Na sua outra extremidade, o apoio ocorre por uma viga apoiada na parte superior de um edifício, assim como acontece nas pontes rolantes.

O que observar na hora de construir o projeto do seu pórtico

Como os pórticos possuem uma estrutura que atua no nível do piso e, consequentemente, interage com o ambiente de trabalho de pessoas, a operação deve seguir rigorosos procedimentos de segurança, que envolvem desde o treinamento dos operadores até a utilização de sistemas de sinalização visual e sonora. Para especificação e seleção de um pórtico é fundamental que sejam observados os seguintes fatores:

  • Carga a ser levantada
  • Fator de utilização (frequência de utilização na capacidade máxima e a quantidade de ciclos em um intervalo de tempo)
  • Aplicação interna ou externa
  • Altura livre do gancho sobre o piso
  • Bitola entre os trilhos
  • Tipo de alimentação elétrica
  • Velocidade para os três movimentos
  • Tipo de controle de velocidade: variador de frequência ou banco de resistência
  • Tipo de controle de operação
  • Local de instalação, origem e destino da carga
  • Interferências com fatores externos (vegetação, muros etc.)
  • Emissão de ruído no caso de utilização noturna em áreas urbanas
  • Necessidade de proteção catódica e pintura especial em aplicações em ambientes agressivos (químicos ou marítimo)
  • Itens de segurança
  • Posição e quantidade de refletores para o caso de utilização noturna